21/03/2007 - 10h50
Novo cálculo faz valor do PIB de 2005 ser 10,9% maior, indica o IBGE
Da Redação
Em São Paulo
Após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) adotar mudanças na metodologia do cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), as taxas de crescimento da economia referentes aos anos de 2000 a 2005 foram revistas e modificadas em relação ao anteriormente divulgado.
O PIB de 2005, por exemplo, cuja expansão foi de 2,3% conforme a metodologia antiga, passou a ter uma taxa de crescimento de 2,9% e somou R$ 2,148 trilhões, com alta de 10,9% ante o valor estimado na série antiga (R$ 1,937 trilhão).
Para 2004, quando a economia crescera 4,9%, a variação de crescimento foi modificada para 5,7% (de R$ 1,767 trilhão para R$ 1,941 trilhão, alta de 9,9%).
No ano de 2003, a taxa de crescimento passou de 0,5% para 1,1%, com o valor alterado de R$ R$ 1,556 trilhão para R$ 1,7 trilhão, alta de 9,2%.
Em 2002, o PIB sob a nova metodologia cresceu 2,7%, em vez do 1,9% como havia sido divulgado sob a metodologia antiga. Os valores do PIB passaram de R$ 1,346 trilhão para R$ 1,478 trilhão, na nova, avanço de 9,8%.
Para 2001, o PIB apresentou alta de 1,3%, o mesmo percentual calculado pelo método anterior. No entanto, em valores absolutos, o PIB daquele ano passou de R$ 1,199 trilhão para R$ 1,302 trilhão no cálculo atual, ou 8,6% maior.
Já a taxa de crescimento de 2000, antes em 4,4%, foi a única que recuo na série pesquisada, para 4,3% agora. Apesar disso, o valor corrente do PIB naquele ano foi recalculado para R$ 1,179 trilhão, com incremento de 7,1%, em relação ao valor anterior (R$ 1,101 trilhão).
Os dados de 2000 a 2003 são definitivos. No caso de 2004, o PIB ainda passará por uma revisão, enquanto o de 2005 sofrerá mais revisões. A nova taxa de crescimento do PIB de 2006 será conhecida somente na quarta-feira da próxima semana, dia 28. Pela metodologia antiga, o PIB do ano passado cresceu 2,9%.
As modificações no cálculo do PIB afetam especialmente o setor de serviços, como administração pública, serviços financeiros, serviços de informação e aluguéis.
O novo método trabalha com mais fontes de informação e leva em consideração 110 produtos (antes eram 80) e 56 atividades econômicas (contra 43 da metodologia passada). Segundo o presidente do IBGE, Eduardo Nunes, isso permite fazer um cálculo mais preciso.
O novo método para contabilizar o desempenho da economia brasileira passou ainda a utilizar como fontes de dados as pesquisas anuais setoriais da Indústria, Comércio e Construção Civil do IBGE e as receitas declaradas das empresas à Receita Federal.
As mudanças de metodologia tiveram como base o ano 2000, mas o IBGE refez a série do PIB de 1995 a 1999 a partir desta base e incorporou as alterações.
Mudanças afetam contas do governo
As atividades do governo e do setor financeiro foram as mais sujeitas a mudanças no cálculo da nova série do PIB, segundo o IBGE. O consumo do governo, que antes contabilizava apenas o consumo intermediário (gastos de custeio) e as remunerações dos funcionários públicos, passa a contar com o consumo de capital fixo do setor, como prédios, máquinas e computadores.
Dessa forma, o valor total da produção do governo ficará maior em valores correntes, de acordo com o coordenador de Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto
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